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Presidente da CONACATE fala aos GGOVs de Pernambuco sobre as ameaças da Reforma Administrativa

25 de Agosto de 2020



Mais uma vez tentam associar o desiquilíbrio de contas públicas no país ao servidor público. Em sua edição do último dia 10, o Jornal Nacional apresentou uma matéria sobre a Reforma Administrativa, tentando passar a ideia de que os gastos com o funcionalismo público no Brasil são a causa da crise econômica no país. Mas, a estratégia não deu muito certo. Estudo da Consultoria Levels Inteligência mediu a repercussão da notícia e, segundo a análise, 87% das menções detectadas foram contrárias e críticas à reportagem ou à Reforma. Ainda segundo a pesquisa, as principais narrativas críticas indicaram inconsistências nos dados apresentados e consideraram parcial o conteúdo, ao não dar espaço para posições divergentes.

Sobre esse assunto Antonio Carlos, presidente da Confederação Nacional das Carreiras e Atividades Típicas de Estado | CONACATE, reage de maneira firme ao analisar a situação. Ele contextualiza o fato em pronunciamento exclusivo ao SINDGESTOR e manda seu recado para os Gestores Governamentais de Pernambuco. “Não é o primeiro ataque aos servidores públicos. A impressão que nos causa é a de que estamos vivendo com a Reforma Administrativa, mais uma vez, o que testemunhamos com a Reforma da Previdência, quando ouve uma ação, lamentavelmente, muito bem orquestrada por setores que queriam implementar essas reformas, conquistando primeiramente a simpatia da opinião pública, em detrimento dos servidores públicos”, relembra. Segundo Antonio Carlos, o método é o mesmo: primeiro, batem no servidor e assim, a posteriori conquistam a simpatia da sociedade para aprovação da reforma. Ele explica que se construiu uma narrativa, através dos últimos anos, de que os servidores públicos seriam os grandes vilões da sociedade. “Então, seguindo esse modelo, previsivelmente o que o Jornal Nacional fez foi uma repetição da mesma estratégia usada na Reforma da Previdência”, compara.

Para o presidente da CONACATE, a Reforma Administrativa não é um simples equívoco por ingenuidade, desprovido de qualquer interesse nebuloso, mas, pelo contrário, se trata de um viés deliberadamente nocivo à sociedade, que visa na ponta a extinção do Estado. “Vejam o exemplo de como pensam de maneira distinta o Estado e o Capital, diante de problemas sociais graves como o dos moradores de rua em situação de vulnerabilidade e penúria total: através de seu DNA histórico, o Capital pensa em como se livrar daquele peso morto, de mais uma despesa, que não gera resultados, enquanto que o Estado olha para o mesmo problema e busca soluções para o caso, a serviço da sociedade”, ilustra. Ele conclui que os que querem a extinção do Estado, e nisso se encaixa a Reforma Administrativa, não querem o Estado como o administrador e mediador deste conflito. “Por isso, deliberadamente a Reforma Administrativa caminha nessa direção, muito próxima à extinção pura e simples do papel do Estado”.

Enaltecendo o papel dos Gestores Governamentais de Pernambuco, Antonio Carlos manda um recado para a categoria. “Temos de ter uma visão do todo muito acurada, prestar mais atenção no macro e vocês, os gestores públicos, são muito qualificados! Podem nos ajudar, a todos, a termos essa visão ampliada da situação e de como nos dirigirmos, como caminharmos nesse vendaval que estamos atravessando. É uma tempestade forte, um momento que poderá ter sequelas mais ou menos graves em função da nossa capacidade de agirmos articuladamente. Os Gestores Governamentais são uma categoria muito preparada! Nos ajudem a fazer essa travessia e a enfrentar esse momento de forma conectada, fortalecidos junto aos demais setores do serviço público”, conclama.

Postado por: Maria do Carmo de Andrade Lima

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